Na sexta-feira, 25 de janeiro de 2008, tive a oportunidade de participar do lançamento do livro “Vozes da Ribeira” de autoria do irmão Firmino Libório Leal. Os eventos literários que, em sua maioria, não despertam o interesse da população, este por sua vez, lotou o auditório da Associação Comercial e Industrial da Grande Região de Picos, para nossa surpresa e satisfação do autor que conseguiu mudar a rotina de muitos que lá estiveram prestigiando o ato, como é o caso de Adebaldo Nogueira, não fosse o lançamento de Vozes da Ribeira, certamente estaria numa mesa de bar tomando uma geladinha, assim como muitos outros, Dona Leda Luz, que dificilmente deixa seu lar para estar em qualquer evento, mas este em especial conseguiu rouba-la alguns minutos de seus afazeres domésticos, mas se fosse nominá-los todos que se fizeram presentes estariam em outros lugares, mas certamente uns seriam mais difíceis que outros de abandonarem sua rotina, somente Firmino Libório conseguiu e com certeza não se arrependeram da mudança, pois puderam através do recital, das histórias e do conteúdo geral do evento rememorarem momentos felizes que um dia viveram ao lado do autor, além é claro de com a leitura se encontrarem com Firmino numa volta ao tempo, assim como fiz quando li e reli Vozes da Ribeira, apesar de já conhecer algumas das crônicas, mas as li novamente com o mesmo entusiasmo de antes, sendo que com mais atenção.Pela nossa diferença de idade, não vivi no mesmo tempo e espaço que Firmino, mas algumas das passagens foram tão bem narradas que viajei e transportei-me no tempo e foi como se estivesse estado nos mesmos lugares, convivido com as mesmas pessoas e participado dos mesmos momentos. Vozes da Ribeira não um livro, um simples livro, é um documento histórico que resgata a história de pessoas, de fatos, do esporte, da cultura, da vida e do comportamento de um povo e de uma época. Feliz idéia, feliz iniciativa, feliz concretização de um sonho do autor que ao realizar seu sonho contemplou-nos com essa belíssima obra literário-histórica.Vozes da Ribeira é um livro escrito em 103 páginas, cada uma mais rica que a outra. Cada crônica nos convida à próxima, deixando-nos sempre com um gostinho que ir à frente. Nele, Firmino imortaliza fatos e pessoas das cidades por onde passou e viveu, como Picos, Bocaina, Oeiras, Uberaba, Uberlândia e Conquista. Os textos foram escritos com a alma e a simplicidade que lhe é peculiar, registrando fatos vividos por ele e outros repassados de geração em geração. O autor soube selecionar os temas e descrevê-los melhor ainda.
Qualquer adjetivo ou a soma de todos os adjetivos será pouco para qualificarmos Vozes da Ribeira, a riqueza dos textos estão a partir das opiniões de amigos, do prefácio do irmão Chico Libório, do texto do poeta Vilebaldo, das reminiscências do esporte, histórias das amplificadoras, de lideranças políticas como Justino Luz, lembranças do rio guaribas, dos seus poços, das suas belezas, dos nomes jocosos de pessoas, nomes esses que perduram até os nossos dias, não sendo os mesmos, mas de outros que nos fazem lembrar dos que já se foram. Lembrar de Chico Barbosa é fazer justiça à poesia, à história, ao rádio e ao repente, um homem de vida ativa em todos os setores da sociedade picoense e que em vida fora homenageado dando o nome à Rua Moura Barbosa e a uma escola municipal Francisco de Moura Barbosa, um homem que contribuiu com o progresso e o desenvolvimento da cidade modelo.O livro “Vozes da Ribeira” resgata a história do nosso velho cine Spark que conheci e vivenciei os últimos dias de seu apogeu, da Praça Félix Pacheco, ponto de encontro da juventude picoense até os anos 90, hoje o ponto mudou-se de endereço para Praça de alimentação, na confluência das ruas Olavo Bilac com Monsenhor Hipólito, onde estão instaladas a Donna Pizza, Picanharia Gril e Pizzaria Boca de Forno. Firmino registra ainda os festejos de nossa senhora da Conceição, narrando a passagem dos 250 anos de padroeira, oportunidade em que resgata a história de Bocaina, além de correspondências enviadas aos amigos Odorico Carvalho e Graziani Gerbasi, além de uma homenagem a Fogoió de Zequinha.Agora faço como o autor que faz relembrar dos bons tempos da querida Picos, pacata, hospitaleira com seus poços e campos de poeira para o lazer da juventude. Aos domingos, Picos era uma festa só, vários campos de poeira, todos lotados e ao final dos jogos, a maioria corria para os poços do Guaribas para tomar banho ou então para o poço das almas, um dos poços jorrantes de Picos que ficava na Rua Luis Nunes, em frente ao Cemitério São Pedro de Alcântara, nas proximidades do Hospital Justino Luz, lá tinha uma mangueira e o poço jorrava vinte e quatro horas, à noite ninguém tinha coragem de passar nas proximidades dele, pois com o barulho da água e da mangueira quando ventava formavam um som amedrontador e todos diziam que eram as almas. Ah! Que saudades. Firmino, esta foi a maior contribuição que você deu à cultura e à história de Bocaina, de Picos, de Oeiras, do Piauí e porque não dizer do Brasil. Sucesso meu irmão.
Vozes da Ribeira é um achado.
* Francisco das Chagas de Sousa - jornalista e presidente da ALERP - Academia de Letras da Região de Picos. (Teresina, PI, 30.01.2008).
Qualquer adjetivo ou a soma de todos os adjetivos será pouco para qualificarmos Vozes da Ribeira, a riqueza dos textos estão a partir das opiniões de amigos, do prefácio do irmão Chico Libório, do texto do poeta Vilebaldo, das reminiscências do esporte, histórias das amplificadoras, de lideranças políticas como Justino Luz, lembranças do rio guaribas, dos seus poços, das suas belezas, dos nomes jocosos de pessoas, nomes esses que perduram até os nossos dias, não sendo os mesmos, mas de outros que nos fazem lembrar dos que já se foram. Lembrar de Chico Barbosa é fazer justiça à poesia, à história, ao rádio e ao repente, um homem de vida ativa em todos os setores da sociedade picoense e que em vida fora homenageado dando o nome à Rua Moura Barbosa e a uma escola municipal Francisco de Moura Barbosa, um homem que contribuiu com o progresso e o desenvolvimento da cidade modelo.O livro “Vozes da Ribeira” resgata a história do nosso velho cine Spark que conheci e vivenciei os últimos dias de seu apogeu, da Praça Félix Pacheco, ponto de encontro da juventude picoense até os anos 90, hoje o ponto mudou-se de endereço para Praça de alimentação, na confluência das ruas Olavo Bilac com Monsenhor Hipólito, onde estão instaladas a Donna Pizza, Picanharia Gril e Pizzaria Boca de Forno. Firmino registra ainda os festejos de nossa senhora da Conceição, narrando a passagem dos 250 anos de padroeira, oportunidade em que resgata a história de Bocaina, além de correspondências enviadas aos amigos Odorico Carvalho e Graziani Gerbasi, além de uma homenagem a Fogoió de Zequinha.Agora faço como o autor que faz relembrar dos bons tempos da querida Picos, pacata, hospitaleira com seus poços e campos de poeira para o lazer da juventude. Aos domingos, Picos era uma festa só, vários campos de poeira, todos lotados e ao final dos jogos, a maioria corria para os poços do Guaribas para tomar banho ou então para o poço das almas, um dos poços jorrantes de Picos que ficava na Rua Luis Nunes, em frente ao Cemitério São Pedro de Alcântara, nas proximidades do Hospital Justino Luz, lá tinha uma mangueira e o poço jorrava vinte e quatro horas, à noite ninguém tinha coragem de passar nas proximidades dele, pois com o barulho da água e da mangueira quando ventava formavam um som amedrontador e todos diziam que eram as almas. Ah! Que saudades. Firmino, esta foi a maior contribuição que você deu à cultura e à história de Bocaina, de Picos, de Oeiras, do Piauí e porque não dizer do Brasil. Sucesso meu irmão.
Vozes da Ribeira é um achado.
* Francisco das Chagas de Sousa - jornalista e presidente da ALERP - Academia de Letras da Região de Picos. (Teresina, PI, 30.01.2008).
Um Cronista das Ruas e Tipos Piauienses
Existem muitos cronistas de cidades. São escritores que observam ruas e pessoas com o olhar peculiar de quem busca retratar a alma do lugar em que vivem. Assim é Firmino Libório Leal, um jornalista que escreve reportagens, crônicas, causos, especialmente sobre sua terra natal: o Piauí.Em Vozes da Ribeira, Libório Leal revive o cenário de uma época da vida urbana e rural da região de Bocaina, Picos, Oeiras e outras cidades. Ele se distingue pelo palavreado típico, resultado das referências culturais piauienses. Leal é um verdadeiro defensor da cultura nordestina. Suas crônicas são vozes emergentes que revelam a alma do povo, falam das ruas, dos lugares, das personagens típicas da região, da vida das pessoas e das viagens que fez pelo Brasil.Vale a pena conhecer as peculiaridades do povo piauiense e se inspirar e viajar junto com o autor, a fim de que, num processo recíproco, o leitor se torne protagonista da narrativa, como se ele mesmo fosse ator nessa história.
Vilebaldo Nogueira Rocha
União Picoense de Escritores - UPE
Nenhum comentário:
Postar um comentário