Foto: Jornalista Chico Libório |
Bocaina, Pago AmadoCrônica
Firmino Libório LealA povoação e adensamento da Bocaina se dão mesmo com a fixação de Borges Marinho e seus agregados, a partir da ereção da capela do lugar em 1754. Nos anos seguintes Bocaina ficou sob a jurisdição civil e eclesiástica de Oeiras, o que continuou até 1890, com a criação do município de Picos quando Bocaina passou à jurisdição deste município então recém criado.
O município de Bocaina foi criado por força da Lei Estadual nº. 2561, de 19 de dezembro de 1963, sendo sua instalação solenizada em 10 de abril de 1964. Na ocasião foi empossado o seu primeiro prefeito nomeado, o Senhor Benvindo Luiz da Luz.
A meu ver, Bocaina é uma cidade promissora; além da sua rica e bela história, do seu já existente turismo religioso, outros fatores poderão incrementar ainda mais outras formas de turismo, pois o município desperta para esta vocação. Vejamos: a legendária urbe possui uma paisagem agro-silvo-pastoril, o seu relevo com colinas, morros, montes, várzeas, baixões, e ainda a existência de um lago artificial, apropriado para esportes náuticos, pesca amadora e de subsistência, construção de ranchos e casas de veraneio ao seu derredor. A exploração do Morro Grande é feita por meio de passeios ecológicos e caminhada de eco-turismo na Pedra Ferrada e no Talhado Branco. O turismo rural nas fazendas centenárias como: Boa Vista, Neném Santos, Malhada, Ramalhete, Carvalho, Lagoa Grande, Cajueiro, Serra Alta, Barra, Riacho, Baixa do Paulo etc. O fato de Bocaina ser próxima a outras cidades lhe dá um aspecto de vantagem em relação às demais, pois seu acesso é muito bem traçado e de pavimentação de boa qualidade, tornando o trajeto uma viagem aprazível e salubre. Outro fator importante é que seu clima é ameno; e a vegetação predominante ainda preservada ajuda de certa forma a formação de um ambiente agradável. Certamente, em breve, sua riquíssima história servirá de mola propulsora para o progresso.
Bocaina carece urgentemente de um memorial, no qual seria inserido o ato da chegada de Borges Marinho ao local. Esse memorial teria anexo uma Casa de Cultura, um Museu e uma Biblioteca.
Antônio Borges Leal Marinho é considerado pela crônica local o fundador de Bocaina-PI. Filho mais velho de João Borges Leal Marinho e Anna de Souza Britto. Antônio foi tenente de milícias na cidade de Chaves-Portugal. Migrou para o Brasil em 1730, fixou residência em Jacobina Bahia, depois, veio para Boqueirão (hoje município de Bocaina-PI).
De Oeiras a Patrocínio (hoje Pio IX), conquistou significativo patrimônio territorial. Pioneiro nato, sertanista desbravador, deu início à construção da histórica Igreja de Bocaina que, em oito de dezembro de 2004, completou 250 anos de sagração pelo Jesuíta João Sampaio. O Piauí nasceu em Oeiras, e com certeza as povoações de todo o vale guaribenho nasceram e prosperaram através da fixação de Borges Marinho e seus agregados nas terras da Bocaina.
São muitos os ilustres conterrâneos nascidos em nossa cidade, destaques nas letras, nas artes, na política, e em todos os segmentos da inteligência humana. Citá-los, seria incorrer em algum esquecimento imperdoável. No momento convidaria os leitores para visitarem a progressista e bem administrada Bocaina, para saborear o famoso bolo pau-de-mamão, e apreciar as plácidas águas do açude Bocaina. Visitando a nossa cidade no mês de dezembro o turista poderá assistir à festa da Padroeira, com quermesses, botequins, novenas, manifestações religiosas de deleite e fé cristã e, muitos outros atrativos que fazem da Bocaina este recanto alegre e feliz do rincão piauiense.
“Da minha aldeia vejo o quanto se pode ver do Universo. Por isso, a minha aldeia é tão grande como outra qualquer.” Fernando Pessoa".
Crônica publicada no livro “Vozes da Ribeira” publicado UPE - União Picoense de Escritores em janeiro de 2008.
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