Rio Guaribas
Crônica
Firmino Libório Leal
Guariba é o nome comum de várias espécies de macacos do gênero Alouata. Atribui-se a esses bugios “Guaribas”, o nome dado ao rio que outrora fora cristalino, caudaloso, piscoso, e que corta essas paragens. Esses macacos viviam em bandos nas margens do rio, e foram dizimados pelos primeiros desbravadores que aportaram nesta região, permanecendo o nome de “Guaribas” até os dias de hoje. No entanto ainda existe uma considerável população de Guaribas principalmente na localidade Serra Alta.
O rio Guaribas já foi celeiro agrícola. Além da linfa generosa que saciava a sede, o bondoso rio nos fornecia as safras de alho, cebola, legumes, pastagens etc. Foi com o fruto dessas safras colhidas no seu verdejante leito que muitos pais de famílias tiraram o seu justo ganho, criaram e formaram seus filhos que se tornaram doutores. O rio Guaribas hoje se encontra desprezado, poluído e sujo, justamente ele que deu origem às cidades e que sempre prestou um bem social de proporções imagináveis as populações ribeirinhas. A edição número 253 do Jornal de Picos publicou a seguinte crônica de nossa modesta autoria, alusiva ao prodigioso rio.
GUARIBAS
Água cristalina e pura mansamente descia em busca do ribeirão maior, levando consigo a linfa generosa que saciava a sede. Quantos brincaram no leito do Guaribas? O rio atravessa as cidades para alcançar os confins das Aroeiras rumo à serra da Atalaia. Nas suas margens as lavadeiras a trabalhar no afã diário de lavar roupas das famílias mais abastadas. Cícero Mota que ficara famoso pela língua destravada sob os efeitos do álcool, ali fabricava adobes para fornecer os senhores Adalberto, Dagoberto e Piau que foram os pioneiros na construção de casas populares em Picos.
O Guaribas desde a sua nascente até à confluência com o rio Canindé, recebe o Riachão que vem das bandas de Francisco Santos e se junta ao rio Itaim que vem das bandas de Itainóplis, além de outros córregos de menor curso. Era água a correr dia e noite. Seca e verde. Dessa água serviam-se os moradores das margens do Guaribas. A fartura de água era coisa notada por todos aqueles que aportavam à cidade, que se tornara famosa pela qualidade da água, a mesma água que descia pelo Guaribas.
Recordações... Qual o ribeirinho que não brincou nas areias do velho Guaribas? Várias gerações, acredito.
“Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia.
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”.
Fernando Pessoa
Crônica extraída do livro “Vozes da Ribeira” publicado pela UPE -0União Picoense de Escritores em janeiro de 2998.
Crônica
Firmino Libório Leal
Guariba é o nome comum de várias espécies de macacos do gênero Alouata. Atribui-se a esses bugios “Guaribas”, o nome dado ao rio que outrora fora cristalino, caudaloso, piscoso, e que corta essas paragens. Esses macacos viviam em bandos nas margens do rio, e foram dizimados pelos primeiros desbravadores que aportaram nesta região, permanecendo o nome de “Guaribas” até os dias de hoje. No entanto ainda existe uma considerável população de Guaribas principalmente na localidade Serra Alta.
O rio Guaribas já foi celeiro agrícola. Além da linfa generosa que saciava a sede, o bondoso rio nos fornecia as safras de alho, cebola, legumes, pastagens etc. Foi com o fruto dessas safras colhidas no seu verdejante leito que muitos pais de famílias tiraram o seu justo ganho, criaram e formaram seus filhos que se tornaram doutores. O rio Guaribas hoje se encontra desprezado, poluído e sujo, justamente ele que deu origem às cidades e que sempre prestou um bem social de proporções imagináveis as populações ribeirinhas. A edição número 253 do Jornal de Picos publicou a seguinte crônica de nossa modesta autoria, alusiva ao prodigioso rio.
GUARIBAS
Água cristalina e pura mansamente descia em busca do ribeirão maior, levando consigo a linfa generosa que saciava a sede. Quantos brincaram no leito do Guaribas? O rio atravessa as cidades para alcançar os confins das Aroeiras rumo à serra da Atalaia. Nas suas margens as lavadeiras a trabalhar no afã diário de lavar roupas das famílias mais abastadas. Cícero Mota que ficara famoso pela língua destravada sob os efeitos do álcool, ali fabricava adobes para fornecer os senhores Adalberto, Dagoberto e Piau que foram os pioneiros na construção de casas populares em Picos.
O Guaribas desde a sua nascente até à confluência com o rio Canindé, recebe o Riachão que vem das bandas de Francisco Santos e se junta ao rio Itaim que vem das bandas de Itainóplis, além de outros córregos de menor curso. Era água a correr dia e noite. Seca e verde. Dessa água serviam-se os moradores das margens do Guaribas. A fartura de água era coisa notada por todos aqueles que aportavam à cidade, que se tornara famosa pela qualidade da água, a mesma água que descia pelo Guaribas.
Recordações... Qual o ribeirinho que não brincou nas areias do velho Guaribas? Várias gerações, acredito.
“Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia.
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”.
Fernando Pessoa
Crônica extraída do livro “Vozes da Ribeira” publicado pela UPE -0União Picoense de Escritores em janeiro de 2998.
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