Dia
19 de março do recuado ano de 1954, às 10 horas da manhã, na histórica Igreja
de Nossa Senhora da Conceição em Bocaina, PI, se casaram Pedro Libório Leal e
Maria Aparecida Leal. Como celebrante, o lendário e emblemático padre José Inácio
de Jesus Madeira.
Os
primeiros anos foram de muitas dificuldades, porém, o jovem casal mantinha-se,
cheio de esperanças: ele com 19 anos, ela com 16. Primeiro, tiveram como
moradia o velho casarão da família, situado à Praça Antônio Borges Leal
Marinho, nas proximidades do adro da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, ali,
nasceu o primeiro filho, Firmino.
Aparecida e Libório, jovens, inquietos, queriam produzir mais, lavrar,
cuidar da terra, tanger o gado, fazer história. Então, foram morar na fazenda
Lagoa Grande. Lá o casal viveu dias felizes, foram cinco anos de muito labor.
No oitão ao norte da casa onde moravam, existia um lindo jasmineiro, curiosamente,
floria o ano inteiro, talvez tenha servido de inspiração para esse amor
florescer cada vez mais, tanto que, ali, naquele inesquecível lugar, nasceram
mais quatro filhos: José, Antônio. Minervina e Francisco.
Em
novembro de 1962, percebendo que o filho mais velho precisava entrar para
escola, resolveram retornar para cidade, vieram novamente morar no velho
casarão da família em
Bocaina. Ali, nasceu Nonata, a sexta filha do casal. A vida
prosseguia tênue, o cultivo na roça, a plantação do alho, a desmancha ou
farinhada, a moagem da cana, o pequeno criatório de gado, animais de sela e
carga, enfim, o labor no campo. Com o crescimento dos filhos, havia a
necessidade de escolas mais avançadas, surge que, na emblemática data de 13 de
maio de 1966, “Seu” Libório trouxe Dona Aparecida às pressas para dar à luz, lá
antigo Hospital São Vicente de Paulo em Picos, sob a proteção de Jesus e a
égide das mãos abençoadas do Dr. José Nunes de Barros, ao sétimo filho do
casal, o caçula Nonato. Aparecida permaneceu 15 dias em convalescência, em
seguida o casal voltou a Bocaina somente para providenciar a mudança para
Picos, tanto que, no inicio do mês de junho de 1966, a família mudou-se para
Picos, fincando aqui, profundas raízes.
Logo
que aportaram em Picos, chegaram também as dificuldades, morando como agregados
em uma chácara, os afazeres eram em dobro, pois, além dos cuidados com os bens
do patrão, era necessário o trabalho de sol a sol para o sustento da numerosa
prole. Foi então, que mais uma vez Libório e Aparecida, num gesto de amor e
desprendimento, resolveram conjuntamente vender seus bens em Bocaina para
adquirir uma casa residencial em
Picos. Foi uma decisão difícil, mesmo assim o fizeram, tanto
que, em 1967, a família mudou-se para o nº 16 da antiga Vila Piau, depois denominada
de Avenida Industrial e agora, registrada definitivamente como Rua Tininha de
Sá Urtiga, onde moram até hoje.
Em
Picos o casal continuou como dantes. Dona Aparecida ligada as prendas do lar e
orientação dos filhos, na educação, na religiosidade na evangelização. Já “Seu”
Libório foi um baluarte, homem de fibra, exerceu as mais variadas funções: foi
lavrador, feirante, estivador, diarista, meeiro e arrendatário. Em 1978 entrou
para o serviço público estadual, mais precisamente no IAPEP – Instituto
Assistência e Previdência do Estado do Piauí, onde desenvolveu suas funções com
espírito público, honradez e denodo zelo até aposentar-se. Mas dentre as
atividades realizadas pelo fecundo trabalho de “Seu Libório, a que mais
admiramos e nos orgulhamos, perpetuando moradia fixa em nossa tela mental, foi
como exímio lavrador de alho no leito do velho e bondoso Rio Guaribas. “Seu”
Libório trabalhava no manejo da terra com maestria, suas “parcelas” e
“canteiros” eram verdadeiras obras de arte. Uma beleza!
Na
data de 19 de março de 2004, voltaram à presença de Deus, novamente na
histórica igreja de Nossa Senhora da Conceição em Bocaina, para na presença dos
filhos, noras, genros e netos, amigos e familiares, receberem as bênçãos do
padre Francisco Bezerra Neto, celebrante daquele segundo casamento, que
socialmente chamamos de “Bodas de Ouro”, ou seja, cincoenta anos de casados.
Hoje, acreditamos que Libório e Aparecida, estão realizados, há 60 anos esse
amor tornou-se sólido e como diamante, foi lapidado. Como fruto desse amor,
formou-se a grei dos “Libórios”: são sete filhos, quinze netos e uma bisneta, e
hoje novamente na presença de todos, vêem solenemente, através do padre
Francisco Pereira Borges, pedir a proteção e bênçãos de Deus, numa terceira
celebração que a sociedade deu por nomenclatura: “Bodas de Diamante”.
Por
causa de exemplos como o de Aparecida e Libório, acreditamos piamente no amor,
na alma gêmea, no amor eterno. Que Deus continue a abençoá-los com todas as
graças e bênçãos e que eles continuem sendo o exemplo de amor e doação e
superação.
Obrigado
Senhor Deus, por ter dado nós: filhos, netos, bisneta, noras, genros,
familiares e amigos, o exemplo de honradez e fecundo amor.
Recorremos
neste momento a Escritura Sagrada, o livro dos livros: “E deixará a casa
de teus pais e se unirão em uma só carne...”
Assim
eles fizeram: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando e respeitando um
ao outro com fidelidade e lealdade. Por isso, esse amor comemora suas
Bodas de Diamante, pois diamante é para sempre, é eterno!!!.
Que
Deus nos abençoe! Que Jesus nos proteja!